Capitulo 180
Enfim a justiça
fora feita, pelo menos Leandro conseguiu que Manuela soubesse quem era a amiga.
Agora olhava fixamente para ela e viu uma marca no rosto, um arranhão.
_Manu o que foi isso?! – Segurou o queixo dela
_Nada demais, só dei um corretivo nela.
_Manu não era pra ser assim, ela te
machucou?
_Não, relaxa, estou bem.
_Não, relaxa, estou bem.
Ficaram se
encarando por alguns segundos, aqueles olhos cor de mel sempre mexia com os
sentimentos de Leandro, ele não sabia o porquê mas era uma sensação boa. O
momento era propício para fazer as pazes... Talvez não, talvez isso não
chegasse a acontecer mas não custaria nada tentar.
_Manu... Me perdoa por tudo o que eu
fiz! (Sentiu os olhos arderem e logo uma lagrima brotar em seu rosto)
_Leandro... Eu não sei, não estou
preparada.
Ele nada falou,
baixou a cabeça e ficou pensativo. Estava procurando uma desculpa mentalmente
para ela lhe desculpar e enfim achou.
_Manu, pensa na Juliet, não quero que
ela perceba esse clima entre nós dois.
_Quanto a Juliet acho que ela sentiu
mesmo, nesse ultimo mês estava um pouco chorona, chamava por você.
_Viu? Olha, vamos começar do zero, vamos
esquecer as magoas do passado e começar uma longa e boa amizade.
Ser amigo de
Leandro? Isso Manuela não iria imaginar que chegasse a tanto, não iria suportar
ouvir da boca dele coisas boas que viveu ou que iria viver com Natalia, mas se
a vida estava lhe oferecendo isso, teria que aceitar.
_Tudo bem Leandro, temos que ao menos
nos comportar como dois adultos, a Jully precisa de nós assim.
_Então... Amigos? (Estendeu a mão)
Manuela
retribuiu o gesto e lhe apertou a mão. Nessa hora Leandro queria poder tocá-la,
abraçá-la, beijá-la mas logo seus pensamentos foram cortados com o barulho da
porta do elevador abrindo atrás de si, pelo olhar de Manuela ele tinha certeza
que Mauricio estava se aproximando mas não soltou a mão dela, continuou, afinal
não estava fazendo nada demais.
Mauricio:
_Boa noite
Leandro:
_Boa noite
Manuela:
_Mau mau, a Jully entrou e deve estar no quarto dá uma olhada nela? Daqui a
pouco eu entro.
Mauricio:
_Ok.
Mauricio entrou
e não esboçou nenhuma reação ao ver aquela cena.
_Leandro, tenho que entrar, vou dar o
jantar de Mauricio e terei que ir pra faculdade.
_Ok, mas só de saber que voltamos a nos falar isso é um bom começo. Boa noite.
_Boa noite pra você também.
Seguiram
caminhos opostos, Manuela bateu a porta e antes que o elevador chegasse Leandro
olhou para o apartamento de Mauricio e pode imaginar sua filha nos braços dele
brincando sorridente, Manuela lhe beijando a boca... Um lar feliz, uma família
feliz. Cerrou os punhos e saiu dali o mais rápido possível.
Ao entrar
Manuela foi logo para cozinha para esquentar a janta que Dalva tinha deixado
pronta, Mauricio a abraçou por trás.
_Enfim fizeram as pazes?
_Quase isso.
Mauricio a
virou e ficou encarando-a, percebeu o arranhão no rosto dela.
_O que foi isso? O Leandro fez isso com
você?! – Alterou a voz
_Calma Mauricio não foi ele.
_Então quem foi? Não mente pra mim Manu.
_Foi a Ana!
_Ma-mas porque ela fez... Isso?
_Vamos jantar, depois te conto.
Durante o
jantar Manuela contou tudo a Mauricio, ele tinha o direito de saber.
_Enfim, foi isso Mau mau.
_M-mas ainda não estou acreditando, a
Ana, logo ela? Aquela menina que vimos crescer fazer uma barbaridade dessa?
_Sim, por isso que eu tinha que fazer
isso. Há muito tempo que aquela biscate tava precisando de um corretivo.
_Você já deu seu recado a ela mas quanto
ao Leandro?
_Não sei o que ele vai fazer.
_Não sei o que ele vai fazer.
Terminaram o
jantar e Manuela foi para faculdade, estava em semana de provas e não poderia
deixar que um assunto banal a deixasse perder mais um ano de faculdade.
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As semanas se
passaram e Leandro sempre que podia ia visitar Juliet, passava o dia com a filha
e no fim da tarde a levava para Manuela, com um tempo até Mauricio conversava
com ele, mas se sentia meio sem jeito, não ficava muito tempo por lá, não
queria presenciar a felicidade de Manuela. Não procurou mais Natalia, apesar de
ela ficar insistindo em ligações, sms, skype, amigos, irmãos ele não dava bola,
não importava se ela estava em começo de depressão agora ele iria pensar mais
em si.
Manuela se
sentiu um pouco mais leve ao ter feito as pazes com Leandro, mas ainda não o
via como amigo, nem como inimigo, simplesmente gostava da presença dele.
O fim de ano se
aproximou, todos estavam animados. Leandro ligou para Manuela na esperança de
conseguir algo impossível. Chamou três vezes, por fim ela atendeu.
_Alô?
_Manu?
_Oi Leandro.
_Oi Leandro.
_E aí como está?
_Estou bem e por aí, estão todos animados com o fim de ano que se aproxima?
_Sim, na virada de ano iremos todos para a fazenda, foi aí que eu pensei, porque você não vem e traz a Juliet? Dessa vez prometo que será tranqüilo, afinal eu e a Naty não estamos mais juntos.
_Estou bem e por aí, estão todos animados com o fim de ano que se aproxima?
_Sim, na virada de ano iremos todos para a fazenda, foi aí que eu pensei, porque você não vem e traz a Juliet? Dessa vez prometo que será tranqüilo, afinal eu e a Naty não estamos mais juntos.
_Poxa Leandro eu iria adorar mas já
confirmei minha presença aqui com meus sogros, eles querem fazer a festa aqui e
pediram pra chamar minha mãe.
_Se o problema é sua mãe traga ela,
seria maravilhoso! Você ficaria até o dia três, irei assumir minha vaga na
assembléia legislativa, depois iríamos para aí e eu ficaria todo o mês de
Janeiro.
_Acontece que você esqueceu-se de um
fato Leandro... Agora estou com Mauricio, não iria pra São Paulo sem meu marido
do lado.
A palavra “marido” não saia da cabeça de Leandro,
não podia imaginar que Manuela já se considerava esposa daquele cara. Não quis
iniciar uma confusão, preferiu relevar.
_Tudo bem, faz como você quiser. Te
chamei e isso é o que importa. Bom, tenho desligar.
Finalizou a
chamada sem ao menos ouvir a resposta de Manuela, se deitou um pouco e logo
percebeu algumas lagrimas fujonas em seu rosto. Limpou-as mas outras mais
insistiam em cair, não queria admitir mas Manuela estava transbordando de
felicidade e o pior... Era longe dele, com outra pessoa.
O Natal ocorreu
tudo muito bem, somente a família estava lá, era um momento intimo e bom,
principalmente para Leandro. Sentiu-se culpado por não ter ido visitar a filha
naquela data, mas Regina lhe deu conselhos e ele ficou um pouco mais calmo.
Um dia antes da
virada viajaram para a fazenda, Leandro procurou esquecer seus problemas,
aproveitou o dia ensolarado para jogar bola com os irmãos e alguns amigos
presentes, já não sentia mais tanto rancor de Felipe e poderia ficar horas
conversando com ele que não haveria problema algum.
Justamente naquele dia (31/12) Leandro estava pensativo, tinha tudo, família amigos sempre do seu lado, mas algo faltava e ele não sabia o que era. A noite se aproximou, enquanto todos estavam super alegres, ele estava triste, cabisbaixo. Talvez se Manuela ou Juliet estivessem ali tudo estaria bem, um ano atrás ele tinha tudo em sua mão e agora não tinha nada, ficou refletindo sobre isso até ver uma cena bastante romântica: Kiko abraçado a Flavia, aos beijos, sorridentes, falando sobre formar um futuro. Aquilo estava o perturbando, será que era normal não gostar da felicidade alheia perto de si?
Justamente naquele dia (31/12) Leandro estava pensativo, tinha tudo, família amigos sempre do seu lado, mas algo faltava e ele não sabia o que era. A noite se aproximou, enquanto todos estavam super alegres, ele estava triste, cabisbaixo. Talvez se Manuela ou Juliet estivessem ali tudo estaria bem, um ano atrás ele tinha tudo em sua mão e agora não tinha nada, ficou refletindo sobre isso até ver uma cena bastante romântica: Kiko abraçado a Flavia, aos beijos, sorridentes, falando sobre formar um futuro. Aquilo estava o perturbando, será que era normal não gostar da felicidade alheia perto de si?
Soltaram os fogos de artifícios, 2013 se
iniciava e com ele as duvidas dentro de Leandro. Natalia mandava sms desejando
feliz ano novo e ele ignorava, ao mesmo tempo ele desejava Feliz ano novo pra
Manuela via Whatsapp e não tinha nem sequer um “obrigada” como resposta. Sem sombra de duvida ele perdera Manuela!
Continua...
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