Capitulo 157
A viagem
inteira Manuela ficou calada, pensativa. Sua mãe tinha lhe avisado que algo de
ruim iria acontecer, e aconteceu. Foi tudo tão rápido para ela que nem pode
digerir, até naquele momento estava se perguntando o porquê? E como?
Chegaram ao
apartamento de Flavia, era aconchegante, sentiu energia boa naquele ambiente.
_Manu, só tem um problema, aqui não
tenho berço.
_Ahh não ligo, Jully dorme comigo.
_Ótimo, vamos para o quarto de hospedes.
Bom, porque tenho que te entregar um presente.
Enquanto Kiko
colocava as malas dela no quarto, Manuela colocou Juliet na cama, ela dormia
tão tranqüila, inocente, mal sabia ela a confusão que lhe rodeava. Flavia
apareceu com um presente imenso, Manuela abriu, era um andajá.
_Para Juliet, pena que está dormindo.
_Mostro a ela quando acordar, Obrigada
Flavia.
_Ahh demorei pra te entregar o presente,
acredita que o comprei no dia das crianças? De lá pra cá me esqueci.
_Obrigada mesmo assim.
_Ah não foi nada. Bom Manu, pode ficar a
vontade, eu vou com Kiko lá na casa da minha mãe, qualquer coisa liga tá?
_Pode deixar Flavia.
Saíram e ela
aproveitou para descansar um pouco.
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Leandro entrou
no quarto, se trancou e jogou-se na cama de bruços, chorava oras de raiva, oras
de tristeza, Manuela não seria mais sua, depois do que ele fizera, não. Não
sabia se tinha feito o certo ao defender Natalia, mas também ela não colaborou
dando corda para Felipe. Fechou os punhos só de pensar na cena dela saindo com
ele de mãos dadas, ficou ali jogado chorando por mais meia hora, por fim
adormeceu. Ao abrir os olhos novamente pode ver pela janela que já passava das
seis da noite, levantou-se, tomou um banho, se vestiu e foi para área externa
da fazenda, Natalia correu até ele.
_Prince, como você está?
_To bem, dei uma melhorada.
_Fiquei preocupada com você, mas não
quis te incomodar.
Regina aparece.
_Leandro, precisamos conversar.
_O que foi mãe? – Tudo tinha passado, menos o mau humor
dele.
_Com licença – Natalia se retirou
_Fala aí mãe.
_Me explique exatamente o que aconteceu
hoje pela manhã entre você e Manuela.
_Tocar nesse assunto de novo mãe? Que
saco!
_Só quero que me diga o que aconteceu?
Te perguntei pela manhã e você se esquivou agora não tem como fugir.
_Ok, eu e a Manuela nos desentendemos,
ela continua com a idéia de que Natalia não pode chegar perto de Juliet e eu
não concordo, pronto, só era isso? Acabou?
_Flavia me disse que ela foi para o
apartamento dela, que quando voltarmos a São Paulo, manda Juliet por Kiko para
vir nos visitar. Só acho que vocês não podem se desentender, depois converse
com ela.
_Ok mãe.
_Mudando de assunto, amanhã pela manhã
estamos voltando.
_Por quê?
_Não tem mais clima depois de ontem,
quero voltar logo. Bruno vai pro Rio de Janeiro com Felipe e Allan, irão passar
alguns dias por lá. Melhor voltarmos.
Ela saiu e
voltou para ficar ao lado de Franco, Leandro já tinha melhorado um pouco,
quando voltasse a São Paulo iria procurar Manuela e tentar fazer as pazes,
sabia que ela aceitaria e logo tudo iria ficar bem.
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Pela manhã
todos voltaram para capital, Leandro deixou Natalia em seu apartamento e voltou
para casa para descansar, Bruno viajou com os amigos e ficaria por lá durante
uma semana ou mais, enfim, tudo estava voltando ao normal.
Leandro ficou
trancado no quarto o dia inteiro, só saia de lá para fazer as refeições. Pela
noite criou coragem, tomou um banho, se arrumou e foi para o apartamento de
Flavia.
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Um dia e meio
que Manuela estava com Flavia só era animação, Juliet se soltava e se divertia
dentro do andajá, assim que entrou nele, ficou com medo, chorou, mas Kiko a
ajudou a fazer os primeiros movimentos.
Manuela:
_Essa era a paz que eu precisava, assim vou poder ficar horas estudando sem me
preocupar com Juliet.
Kiko:
_Ela aprendeu rápido, tem crianças que nem sai do lugar.
Flava:
_Com um tempo, ela vai perder o medo e vai até querer andar quando estiver fora
dele.
O interfone
tocou, Kiko foi atender.
Manuela:
_Flavia, muito obrigada mais uma vez por nos abrigar aqui.
Flavia:
_Nossa, que drama Manu, você fala como se fosse uma mendiga! KKKK (Risos alto)
Falando serio? Eu é que agradeço por você me dar esse momento maravilhoso com
Juliet.
Kiko:
_Amor, a pizza chegou.
Jantaram
animados, Manuela ajudou Flavia a retirar a mesa e lavar os pratos, ouviram o
interfone tocar, Kiko atendeu e logo depois fez uma cara estranha, foi para
sala. A campainha tocou e quando Manuela saiu da cozinha, seus olhos se
cruzaram com os de Leandro.
Flavia:
_Leandro, chegou atrasado, seu irmão comeu a pizza toda! KKKk
Leandro:
_Valeu Flavia mas já jantei, obrigada. – Fez um meio sorriso
Manuela:
_Vou para o quarto, boa noite. – Se retirou da sala.
Leandro deu um
suspiro forte e impaciente.
Kiko:
_Pega leve Leandro, ela ainda está machucada. Dê tempo ao tempo.
Flavia:
_você ainda não viu que sua filha está no andajá que compramos?
Ele se
emocionou assim que a viu e ela foi correndo, quase tropeçando nos próprios pés
até ele e gritou mais uma vez “Papá”
_Minha princesa! – Se agachou para falar com a filha. Ficou
ali a mimando e conversando com Flavia e Kiko até se sentir seguro para falar
com Manuela – Bom, se vocês me permitem, vou no
quarto onde a Manu está, precisamos conversar.
_É o primeiro a direita – Flavia indicou
Ele sentiu seu
corpo tremer, um frio na espinha, e uma ânsia no estomago, bateu na porta e
ouviu um “entra”, abriu, Manuela
estava sentada na cama, lendo um livro, óculos de grau no rosto. Levantou o
olhar, seria sexy se a expressão dela não fosse de raiva.
_O que você quer? – Falou ríspida.
_Manu, temos conversar. – Entrou e sentou na beira da cama.
_Não temos nada para conversar. Se for
sobre nossa filha, fique tranqüilo, não vou impedir de visitá-la.
_Mas e sobre nós Manuela? – tocou o pé dela, que esquivou como se
tivesse nojo a esse simples gesto.
_Pra você é fácil né Leandro? Briga
comigo, me insulta, me agride verbalmente, fisicamente, vai embora, depois que
está longe de tudo e todos vem pedir perdão. Acabou, agora só temos um tipo de
ligação... O da nossa filha. Boa noite.
Voltou a ler
como se ele fosse invisível, um nada. Leandro baixou a cabeça, levantou-se e
saiu do quarto caminhando devagar, na esperança de que ela ainda voltasse atrás.
Antes que pudesse atravessar a porta, a voz dela o convidou para que voltasse e
a encarasse
_Lembra quando eu falei que assim como
você eu também poderia fazer minha vida? É esse o meu objetivo a partir de
agora, serei feliz com um outro alguém e quero você vivo pra ver isso
acontecer.
Nos seus olhos
tinham fúria, lagrimas não de tristeza, mas sim de vingança. Ele saiu dali com
medo daquelas ultimas palavras dela, passou pela sala, desejou um boa noite e
foi embora. Entrou no carro e começou a chorar, agora ele poderia dizer que não
existia sentimento pior no mundo do que o desprezo.
Continua...
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