sábado, 27 de julho de 2013

Cap. 178 - Queria tanto que você me ouvisse...

         Capitulo 178

   Sentada ao lado de Juliet no tapete da sala Manuela estava pensando na vida, em como tudo mudara desde que foi morar com Mauricio, ele a fazia se sentir feliz mas sentia que algo faltava, talvez uma emoção ou algo que fizesse seu coração bater mais forte. O interfone tocou e o porteiro avisou que Leandro estava na frente do edifício, pediu que ele esperasse lá embaixo, já sabia que depois de tanto tempo sem ver a filha queria ter um momento com ela. Trocou a roupa da filha, pegou a bolsa da mesma e desceu.

    Leandro estava aflito, depois de tudo o que aconteceu não tinha visto Manuela, não sabia como ela iria tratá-lo, mas bastou o porteiro avisar que ele esperasse que ela iria descer para entender que a ultima pessoa que Manuela queria ver era ele. Ao vê-la seu peito se inflou de emoção, seu estômago se retorceu e suas pernas tremeram.

_Jully – Abraçou a filha assim que o portão os separavam se abriu – Que saudades de você minha princesa!
_Papai

    Não percebeu que tinha se passado alguns segundos desde que segurara a filha nos braços. Olhou para Manuela e percebeu que ela estava radiante, pele saudável, ela estava com cara de felicidade mas não por esse momento e sim pela vida que estava levando.

_Manu... (Sussurrou)
_Pode levar a Jully, só quero que ela esteja antes das sete, tenho que ir pra faculdade e antes vou deixá-la na casa da minha mãe. (Falou ríspida)

     Manuela não o deixou responder, voltou para dentro do edifício sem olhar para trás, definitivamente ela ainda não o perdoara.

     Leandro aproveitou o final do dia para passear com Juliet, tomaram sorvete. Sua filha já falava algumas coisas, algumas frases e às vezes via um carro no meio da rua e logo chamava o nome de Mauricio. Aquilo estava o matando por dentro, sua filha estava tendo uma figura masculina no dia a dia e não era ele, com certeza Mauricio quem a ensinara algumas palavras, brincava com ela, momentos em que ele não estava. Perdeu a noção do tempo e percebeu que já passava das seis e meia, levou sua filha de volta para casa, chegou na frente do edifício e o porteiro o autorizou a subir, enquanto Juliet falava algo em seu braço e olhando para o espelho que tinha no elevador, Leandro estava ensaiando mentalmente o que falar para Manuela, ela precisava saber quem era a amiga. Tocou a campainha duas vezes, ela abriu e Juliet desceu dos braços dele e correu para dentro do apartamento, ficaram a sós.

_Está entregue.
_Obrigada, amanhã pode vir buscá-la para passar o dia com ela. Boa noite.

    Deu as costas para fechar a porta mas ele impediu colocando o pé com isso assustando-a.

_Manu, precisamos conversar.
_Aconteceu alguma coisa enquanto você estava com a Juliet? Ela fez algo?
_Não é sobre ela é sobre nós
_Então não temos mais nada, boa noite. – Fechou a porta na cara dele.

     Leandro ficou parado por alguns segundos, seu plano de falar sobre Analice deu errado. Voltou para o apartamento e ficou pensativo, Manuela precisava saber quem era a amiga, andou de um lado para outro, por fim, sentou no sofá. A ultima carta na manga era deixar seu orgulho de lado e pedir ajuda a alguém que ele sabia que iria abrir os olhos de Manuela. Ligou, chamou três vezes, por fim a pessoa atendeu.

_Alô?
_Pri... Priscila?
_É ela, quem é?
_É o Leandro.
_Leandro (Sentou-se na cama) Aconteceu alguma coisa... A Manu está bem? A Jully...
_Calma, elas estão bem. Eu... Preciso de um favor seu.
_Mas olha como a vida é, o Leandro KLB me pedindo ajuda...
_Pri, por favor, me ajuda!

  Ela suspirou do outro lado da linha.

_Fala, no que eu posso te ajudar?
_Está na capital?
_Não, por quê?
_Porque só posso te falar pessoalmente, será que você pode vir amanhã?
_Vou dar meu jeito, ligo agora pra minha patroa me liberar.
_Ok então te espero amanhã aqui no apê.

     Desligou só para não ouvir mais uma das piadinhas de Priscila, tentou dormir mas o sono não vinha, subiu para cobertura e ficou sentado na varanda vendo o dia amanhecer e pensando em Manuela. Às oito da manhã em ponto Priscila já estava lá.

_Pri... – Tentou abraçá-la
_Sem falsidades. (espalmou as mãos no peitoral dele impedindo-o de se aproximar mais) Fala logo porque eu não consegui dormir.
_Também não consegui... Senta (Indicou o sofá)
_Não, assim está bom.
_Eu no seu lugar sentaria, o que tenho pra falar vai fazer você cair pra trás.
_Nem vem Leandro, já imagino o que é. Está se sentindo só e quer que eu junte você e a Manu novamente, aí você continua enganando-a e vai ter a Natalia como namorada para apresentar a todos, acertei?
_Não. Você me trata como se eu fosse um cafajeste.
_Me desculpa mas é o que penso de você mesmo. Mas isso não convém pode começar – Sentou-se no sofá

     Leandro ignorou o que ela pensava e focou no problema que estava passando. Contou tudo a Priscila até o dia em que Analice tentou beijá-lo a força. A cada frase, cada confissão Priscila ficava boquiaberta. Por fim sentou ao lado dela já com as lagrimas caindo.

_E foi isso.
_Santo Deus! Como a Analice é tão vagabunda? Que nojinho dessa garota, e em pensar que um dia a chamei de amiga.
_Sabia que você teria essa reação, agora preciso que você me ajude.
_Fica tranqüilo vou agora falar com Manuela – Levantou-se – esse assunto tem que ser tratado com urgência.
_Obrigado. Também vou pra lá te dou uma carona.
_Ela não pode saber que você acabou de me contar isso, pode ser que ache que você fez minha cabeça. Pego carona contigo mas você me deixa um quarteirão antes, é o tempo de você pegar a Jully e eu chegar.
_Ok, vamos.

  Saíram às pressas, no meio do caminho Priscila puxou assunto.

_Ai Leandro depois de uma dessa você não vai continuar com Natalia né?
_Se eu ainda a amasse aceitaria o perdão dela sim, mas sei lá...
_Hum... Vou interpretar isso como um sim, mas a vida é sua... Me deixa aqui.


    Saltou do carro e Leandro foi para o apartamento para buscar Juliet, mal parou o carro e uma mulher que aparentava ter seus 35 anos desceu com Juliet nos braços, entregou-o e voltou para o edifício.

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     Manuela acordou cedo, tomou café ao lado de Mauricio e foi arrumar Juliet para que quando Leandro chegasse estivesse pronta, ficou com a filha na varanda, esperando por ele, assim que viu o carro se aproximar e ir parando aos poucos foi para a cozinha.

_Dalva, você pode fazer um favor pra mim?
_Claro Manu
_Leva a Jully lá pra baixo? O pai dela chegou para buscá-la
_Tudo bem – Segurou Juliet nos braços – Vem princesa.

    Assim que entregou a filha para a Empregada foi correndo para a varanda, percebeu a fisionomia de tristeza de Leandro ao ver que não foi ela quem entregou Juliet a ele, sorriu internamente. Dalva voltou para a sala.

_Menina vou dizer viu... Que gatão o pai da Jully
_Rsrsrs já te falei sobre ele
_Você falou, eu conheço a historia porque sempre to comprando revista de celebridades mas só vendo-o de perto pra ficar boquiaberta. Nossa, ele é lindo, lindo, mil vezes lindo. (Suspirou)
_KKKK (Risos alto) Menos bem menos Dalva.
_Ah tá agora você está com o Mauricio e logo ele é o mais bonito pra você né?
_Esquece esse papo e vamos fazer aquela faxina no escritório do Mau mau, ele me pediu porque está precisando de uns documentos.

    Foram para o escritório e em meio a conversas a campainha tocou, Dalva saiu para atender e Priscila entrou no cômodo.

_Nossa que ela baixou a dona de casa mesmo.
_Oi Pri, que milagre é esse você aqui na capital em pleno dia de semana.
_Ah senti saudades do Xandy e vim dormir com ele aqui ontem. Como você está?
_Bem, acabou meu estagio, estudando como uma louca pra passar e mais uma vez não ficar devendo matéria em faculdade, pensando em vestido de formatura, enfim, daqui a pouco vou parar em um hospício! Rsrsrs mas não enrola, você quer falar algo.
_Acho melhor você sentar.
_Aconteceu alguma coisa?
_Não, nada de tragédia. Senta que é melhor. (Sentaram e Priscila olhou ao redor) Cadê a Jully?
_O pai veio buscá-la. Ontem ele queria falar algo comigo mas eu não quis.
_E eu até sei o que ele queria falar.
_Ah não, ele pediu pra você vim aqui acertei?
_Sim mas depois do que me contou eu fiz questão de vir.
_Então para de enrolar, fala logo.
_É sobre a Analice.

    Bastou ouvir o nome de Analice para Manuela sentir seu corpo tremer todo por dentro.

Continua...

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