domingo, 30 de junho de 2013

Cap. 153 - Clima estranho no ar

                     Capitulo 153

_Natalia! – Leandro falou em um tom de desaprovação.

Regina: _Você não disse que ela tinha viajado para casa da mãe?
Leandro: _Eu a vi entrar no portão de embarque!

     Kiko foi ajudá-la nas malas, Manuela ficou parada, inerte, não sabia o que dizer. Sabe aquele mau pressentimento que a mãe dela estava sentindo? Manuela sentiu assim que a viu ali, descendo daquele taxi. Preferiu ficar um pouco afastada.

     Natalia sorriu e foi abraçar Leandro, mas ao ver com a filha no colo seu sorriso se desfez. Ele foi até ela.

Leandro: _O que aconteceu?
Regina: _Natalia! Aconteceu alguma coisa? Por que não ligou para que fossemos te buscar no aeroporto?
Natalia: _Ahh sei lá, de repente me deu uma vontade de sair daquele avião e vir correndo pra cá. Me senti naquelas cenas de novela sabe? Rsrsrs.
Leandro: _E porque não me ligou?
Natalia: _Queria fazer uma surpresa!
Regina: _E como você conseguiu sair de dentro do avião? As aeromoças deixaram?
Natalia: _Ahh falei que isso o que eu estava fazendo era por amor e uma delas me deixou sair. Fez bem eu ter entrado no avião assim que chamaram o vôo Prince, deu tempo de sair.
Leandro: _Legal – Mudou a fisionomia e abriu um meio sorriso.

     Natalia olhou ao redor e seus olhos cruzaram com os de Manuela, percebeu que a menina estava afastada, distante do grupo. Começou a entender que Leandro não tinha gostado dela ter voltado porque a mãe da filha dele estava por lá. Ficou seria e ele percebeu.

_Naty...
_Prince, vamos pro seu quarto? (Arqueou as sobrancelhas)
_Naty... Você ainda não percebeu quem está no meu colo... A Juliet.

      Ela olhou para a criança que estava nos braços dele, sentiu uma raiva, por incrível que pareça a menina tinha os olhos da mãe, o nariz e os lábios, o resto era tudo do pai, queixo, cor do cabelo, cor da pele. Ela estava um pouco tímida e olhava para Natalia com certa curiosidade e bem, como Natalia não queria ser crucificada por todos ali, mudou a feição e fez um sorriso bobo para a criança.

_Ai que coisa mais gostosa – Se aproximou e alisou a bochecha da criança. – Olá Jully?

     Juliet se esquivou dos braços dela e começou a chorar, soluçar. Manuela foi correndo pegar a menina dos braços de pai.

_Ah vem com a mamãe – Segurou-a no colo e colocou a cabeça dela na curva do pescoço com o ombro.

Leandro: _Não sei por que ela começou a chorar, estava tão calma nos meus braços.
Kiko: _Ela deve estar cansada por causa da viagem.
Natalia: _Leandro, vamos pro seu quarto?
Kiko: _Eu ajudo a levar suas malas pra lá.
Leandro: _Não precisa, eu levo.

     Levou as malas dela para o quarto em silêncio. Ao fechar a porta ela começou a chorar.

_Naty, o que foi? – Sentou ao lado dela na cama
_Você Leandro... Sempre mentindo pra mim.
_Olha, se foi por causa da Manuela, eu não sabia que ela viria, ela me falou ontem quando estávamos no conversando pelo celular.
_E porque não me falou?
_Porque eu não queria que você ficasse preocupada com isso. Deixa pra lá Naty, olha, você está aqui do meu lado e isso é o que realmente importa. Agora eu preciso que você me ajude também, conversa com a Manu quando puder, vai ver que ela é inofensiva.
_Hahaha (Risos irônicos) Se ela fosse “inofensiva” (Fez aspas com os dedos) como você fala há dois anos não tinha caído na sua conversa.
_Já chega Naty, eu sei que você vai brigar e ficaremos dizendo coisas desnecessárias para o momento. Tente se acalmar, depois volte pra lá.

     Ele saiu sem ao menos deixá-la se defender. Foi para a sala e lá estava Manuela, cabisbaixa, pensativa enquanto Kiko e Flavia paparicavam Juliet.

_Manu, tudo bem? – Sentou ao lado dela
_Tudo sim Lê...
_Com essa carinha triste, não está nada bem. Olha Manu, eu só quero que saiba que essa vinda da Naty para cá foi uma surpresa pra mim, me desculpa, não queria criar climas entre vocês.
_Relaxa Leandro, vou ficar na minha, mas acho que vou ter que apressar minha volta pra Maceió.
_Por quê?!
_Não quero que ela fique constrangida nem eu, sei lá, a verdade é essa: Ela sempre vai me ver como uma vadia que se deu bem te pegando e engravidando de você.
_Não pensa assim, ela só está um pouco assustada.
_Mas fica tranqüilo, depender de mim, vou até me afastar de vocês. Ok?
_Não precisa fazer isso. – Ele olhou para Flavia que estava com Juliet nos braços enquanto Kiko fazia caretas, arrancando gargalhadas gostosas da menina. – E aí, o que você acha deles serem os padrinhos da Jully?
_Sabe que eu sempre pensei nisso. Admiro muito o carinho que eles tem com ela, desde a gravidez.
_Pensei que você queria chamar uma das suas amigas para ser madrinha.
_Ai nem sei Lê, sei que todas vão querer ser a madrinha dela.
_Converse com elas e depois você me diz a resposta.
_Ok.

      Regina os interrompeu avisando que o almoço estava pronto, ele foi até o quarto e chamou Natalia para almoçar.

     O clima estava estranho e assim ficou pela tarde, Manuela sempre ficava do lado de Flavia, pelo menos sua filha estava se divertindo nos braços de Kiko que a levava para ver os animais que tinham na fazenda. Leandro ficava ao lado de Natalia e Regina conversando na varanda. No comecinho da noite Bruno e os amigos chegaram e iniciaram um churrasco, Kiko, Leandro e Bruno animaram a noite que estava só começando com voz e violão, tudo estava parecendo perfeito.

    Manuela ficou um pouco afastada do grupo, pensativa, Felipe se aproxima dela.

_Manu
_Felipe, quanto tempo – O abraçou
_Pois é, a ultima vez que te vi você estava grávida.
_KKKK Foi mesmo, me fala como você está?
_Bem, e você?
_Ah vou levando como posso.

    Ficaram em silêncio admirando a musica que vinha de lá da varanda.

_Terminou a faculdade? – Felipe quebrou o silêncio entre eles
_Que nada, termino esse ano, se Deus quiser.
_E o Leandro?
_O que tem ele?
_Como é sua reação vê-lo ao lado da Natalia?
_Normal, Leandro é passado na minha vida. Futuro porque nós temos uma filha, mas é só isso. – Escondeu toda a sua fúria que estava por dentro.
_Naquela ultima balada nem cheguei perto de você depois que vi o Leandro com uma cara não muito boa.
_Naquele tempo eu alimentava os ciúmes bestas dele, mas posso saber por que estamos falando sobre isso?
_Ahh – Baixou a cabeça tímido – Só queria saber se você e ele ainda tinham algo.
_Não temos, pode ficar tranqüilo.

       Manuela estava cansada de ser passada pra trás por causa de ocasiões como essas, tinha que começar o ano bem e com atitude, foi justamente isso o que fez, sentou ao lado de Felipe e ficaram conversando sobre assuntos paralelos, ela foi buscar Juliet que não saia dos braços de Flavia para mostrar a ele, Leandro via tudo de longe, cantando, tentando não demonstrar ciúme nenhum, um deslize e Natalia desconfiaria de tudo, mas teve uma brilhante idéia, deixou Regina do lado de Kiko e Bruno cantando e foi até eles.

Felipe: _Leandro, e aí, beleza? – Apertou a mão dele
Leandro: _Beleza – Olhou para Manuela – Manu, posso pegar a Jully um pouquinho?
Manuela: _Claro que sim, ela é sua filha – Entregou Juliet para ele.

     Acompanhou Leandro com os olhos para saber pra onde ele iria com a sua filha em seus braços, sim, ele sentou ao lado de Natalia, que ficou brincando com Juliet.

“Se essa vadia pegar minha filha juro que armo o maior barraco!” Pensou Manuela.

     Por incrível que pareça, sim, Natalia segurou a menina nos braços e começou a fazer mimos, Manuela se retirou de onde estava e foi andando como um foguete, ninguém percebeu e quando menos esperaram ela já estava cara a cara com ela, tirou a filha dos braços dela.

Natalia: _Mas o que é isso garota?!

Manuela: _NÃO QUERO VOCÊ PEGANDO MINHA FILHA!

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