quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Cap. 35 - Renegada




                                   Capitulo 35


      Os dias se passaram e toda vez que Manuela ia ficar a tarde com Suzane elas não trocavam uma palavra sequer. A mãe teve alta e Mario foi buscá-la.

     Manuela esperou alguns dias para criar coragem e falar com Mario, queria que a mãe se recuperasse. Em um almoço no sábado criou coragem.

Mario: _Agora entendeu o recado né dona Suzane, nada de ficar se estressando por causa daquele banco. Sei que você é gerente e eles precisam de você mas não quero ver essa cena de novo.
Suzane: _Se só fosse o trabalho que me estressasse seria ótimo.

Manuela Sentiu que aquela indireta fora com ela, porque Suzane a olhou com fúria.

Mario: _Do que você tá falando Suzane?
Suzane: _Nada... Esquece.
Mario: _O que está acontecendo aqui que eu não sei?

Manuela se levanta da mesa.
_Eu sei do que ela está querendo falar pai.

Suzane faz um olhar de repreensão para a filha.
_Manuela... Não comece.
_Me desculpa mãe, comecei, então tenho que terminar.

Mario: _Manuela e Suzane querem me contar?
Manuela: _Pai... O começo de infarto que a Mãe teve não foi só por causa do estresse do trabalho... Foi porque eu disse a ela uma coisa que a deixou muito triste.
Mario: _O que foi? Fale agora.
Manuela: _Pai... Eu estou grávida!
Suzane: _Manuela!

    Mario sentiu o sangue ferver, a filha grávida? Primeira coisa que lhe veio a mente... Mauricio.
_Aquele moleque infeliz vai pagar caro pelo o que fez com você... – Ele empurra o prato, se levanta com uma fúria.
_Não pai, não foi ele...

Mario ia para a sala, mas depois do que a filha falou parou no meio da casa.

_O que?... E quem é o pai dessa criança?!
_Eu... Não sei onde ele mora... – Ela começa chorar. – O conheci no cruzeiro em Janeiro... De lá pra cá não tive nenhuma noticia...

     Enquanto Manuela chorava ele ficou parado ali, nunca imaginou que sua filha iria ser uma dessas garotas que saia com caras e na primeira noite já transava sem camisinha, sentiu uma fúria muito grande, foi até ela e lhe deu uma tapa tão forte na cara que Manuela caiu no chão.

_MARIOO!!! – Suzane se levantou da mesa e foi correndo até o marido.

      Mario não se conformou com uma tapa só, distribuiu várias tapas no corpo da filha ali caído no chão. A esposa tentava tirá-lo dali e Luzia também tentou apartar a confusão. Já cansado, ele puxou a filha para que ela se levantasse, agarrou os braços dela e a olhou profundamente.

_Saia daqui da minha casa... Você tem quinze minutos para recolher suas coisas e sumir daqui... Não tenho mais filha... Sua vagabunda!

     Manuela ficou mole não esperava essa reação do pai, sua pressão começou a baixar. Suzane solta as mãos dele dos braços da filha e fica na frente dela, encarando Mario.

_Se ela sair daqui eu vou junto!
_Eu não acredito que você está aceitando essa pouca vergonha!
_ELA É MINHA FILHA E EU VOU AJUDÁ-LA! – Suzane começou a sentir mal, a dor no peito estava voltando, colocou a mão.

Luzia segurou Manuela, colocou-a sentada e foi amparar Suzane.
_Vocês não estão vendo que a Dona Suzane está se recuperando?

Mario vendo aquilo tudo, não falou mais nada, se aproximou da filha.
_Você vai ficar aqui, mas não me dirija a palavra... ME ENTENDEU?! VOCÊ NÃO É MAIS MINHA FILHA, SE VIRE PRA PAGAR FACULDADE, VIAGENS!

     Manuela estava tão fraca que nada pode dizer, ficou chorando ali. Depois correu pro quarto, se trancou e chorou muito. Escutou os pais discutindo no outro quarto...

_A CULPA É TODA SUA QUE NÃO DEU EDUCAÇÃO A ESSA MENINA, OLHA SÓ O QUE ELA APRENDEU NA RUA...

_MARIO EU EXIJO RESPEITO! VOCÊ FALA DA MINHA CRIAÇÃO E CADÊ VOCÊ NAS HORAS QUE ELA SEMPRE PRECISOU?

_ESPERA, VOCÊ ACHA QUE EU QUEM TENHO QUE DAR CONSELHOS A MINHA FILHA DE COMO SE COMPORTAR? SÓ ERA ESSA QUE ME FALTAVA.

_VOCÊ SÓ BATE NO PEITO PRA DIZER QUE ELA É SUA FILHA EM MOMENTOS DE ALEGRIA NÉ? QUANDO A MENINA PASSOU NO VESTIBULAR, QUANDO FAZIA AS APRESENTAÇÕES NO BALÉ QUANDO PEQUENA... CADÊ O PAI NESSAS HORAS?

_E VOCÊ ACHA QUE ESTOU BRINCANDO? JÁ DISSE A PARTIR DE HOJE ELA NÃO É MINHA FILHA, SÓ VAI SER MAIS UMA QUE BOCA QUE VOU TER QUE ALIMENTAR...

_CALA ESSA SUA BOCA!

_NÃO ME CALO E VOCÊ... VAI APOIANDO AS SAFADEZAS QUE SUA FILHA FAZ, DAQUI A POUCO ELA ENGRAVIDA DE NOVO E VOCÊ VAI FICAR CALADA...

    Tudo o que Mario falava fazia Manuela se debulhar em lagrimas, se sentiu uma vagabunda e pior teve que aturar tudo calada.

A noite Manuela não quis jantar, Suzane bate na porta, ela abre.

_O que foi Mãe?

Suzane entrou com uma bandeja repleta de comida, frutas.

_Coma, você não pode ficar sem jantar.
_Não estou com fome.
_E você acha que estou preocupada com você? Esse ser aí dentro da sua barriga não tem culpa das loucuras que você fez.

      Só de lembrar que estava grávida Manuela começa a chorar, se joga na cama e fica deitada de bruços. Suzane coloca a bandeja na mesinha e senta ao lado da filha, começa a acariciar as costas dela.

_Ô minha menina, onde foi que eu errei? – As lagrimas já começavam a cair

Manuela senta na cama e abraça a mãe.

_Você não errou em nada mãe, a culpa foi toda minha.

Elas se soltam e ficam ali em silêncio. Depois.
_Vou te levar para Tatiana pra fazer uns exames, quero saber como ele está.
_Mas mãe, podemos ir no doutor Marcos, a senhora não disse que o pai dele que fez o seu parto?
_Não quero aqui na cidade, esse povo fala demais. Vamos pra capital, sua prima vai nos ajudar a ter sigilo pelo menos nos primeiros meses.

     Após conversarem Manuela sentiu seu estômago reclamar de fome, devorou a comida que estava na bandeja e logo depois foi dormir.

Continua...

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