segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Cap. 20 - Tempo, tempo, tempo, tempo...



                                Capitulo 20


  Março, 2010

       O mês de fevereiro passou muito rápido, depressa, nem deu para saborearem. As aulas da faculdade voltaram, Analice como sempre, deixava as ‘amigas de infância’ e ia ao encontro das patricinhas, sequer dava um bom dia a Letícia, Manuela, Priscila e Kátia. Tudo estava ocorrendo normalmente bem, mas o destino sempre adora mexer com a calmaria de todos.

     Manuela acorda e por um minuto ainda acha que está no navio, ela se vira e quando abre os olhos não é Leandro que ela vê assim como naquelas manhãs de Janeiro, é o seu quarto cheio de ursinhos de pelúcia que a mãe sempre lhe dera de presente. Se levantou, tomou um banho e foi para a cozinha. Tudo estava tranqüilo como sempre fora, Mario tomando seu café ao lado de Suzanne, ambos conversando sobre a vida.

Suzanne: _Manuela, toma o café se não vai perder a condução.
Mario: _Bom, vou deixar vocês aí tomando café, tenho que ir.
Manuela: _Benção pai.
Mario: _Deus abençoe.

     Manuela sente o cheiro daquele café e de repente lhe dá uma fome súbita, parece que ela passou uma semana sem comer, não perde tempo, pega um pão e coloca manteiga e abocanha com voracidade.

_Menina coma com calma, desse jeito vai passar mal. – Suzanne repreendeu a filha.

    Se praga de mãe pega, essa pegou em Manuela, quando ela está escovando os dentes o simples cheiro da pasta dental junto com o sabor de café na sua boca a fez vomitar tudo, para não preocupar a mãe ela saiu do banheiro, pegou sua bolsa e nem foi para a cozinha, ela sabia que se fosse Suzanne iria notar a palidez no rosto dela, deu um tchau da sala e partiu.

     Na faculdade tudo era sempre a mesma coisa, pessoas legais mas também tinha pessoas chatas que nesse momento ela estava rezando para não se encontrar com nenhum deles e eis que a maldição dela aparece. Mauricio interrompe o caminhar dela.

_Manu, precisamos conversar!
_Ai Mauricio agora?
_Sim, vamos pra quadra.

Ela vai a pulso, senta em uma arquibancada.

_Fala logo Mau mau, to aqui super estressada, não me amola.
_Eu só quero saber o porquê você anda estranha comigo.
_Estranha como?
_Não sei. Desde que você voltou das férias não fala direito comigo, no carnaval em Maragogi nem sequer me olhou, logo nós que sempre ficávamos nos carnavais.
_Ahh Mau chega um dia que cansa tudo isso.
_Então você cansou do nosso rolo?
_Sim, sinceramente? Nunca deveria ter te dado trela quando acabamos... Não da mais.
_Como assim? Você conheceu alguém naquele cruzeiro?

    Manuela sentiu uma vontade de dizer que sim e que ele era mil vezes melhor na cama que ele, que ele era mais compreensivo que ele.

_Não é nada disso, eu simplesmente amadureci, me tornei uma mulher e não sou mais aquela menina.
_Nossa, você está com um papo tão estranho, quer saber, você não quer tem quem queira.

     Mauricio saiu dali irritado. Realmente, Manuela tinha amadurecido, pelo menos uma coisa boa Leandro deixou nela.

     Ela foi para sala mas não prestou atenção em nada, estava fraca e não queria ouvir as palavras pão, manteiga e café na sua frente que sabia que iria correndo pro banheiro. No final da aula encontrou Kátia, Letícia e Priscila e ficaram conversando na quadra enquanto Alexandre – Peguete de Priscila – Estava jogando futsal, falaram de muitas coisas que todas adolescentes conversam – Musica e sexo.

Priscila: _Ai Manu, fala aí quais eram os sabores das camisinhas que o Leandro usava, uva, morango ou chocolate?

Todas ficaram rindo.

_Ahh não vou falar aqui né Pri, e já chega de tantos detalhes, tenho que ir. Beijos.

     Manuela vai para casa, ainda estava sentindo aquele mal estar. Ao entrar Luzia a empregada da casa de anos percebeu que ela estava pálida.

_Santo Deus menina, o que você tem? – Ela corre para ver se Manuela está bem.
_Não é nada Dona Luzia, só um mal estar, acho que comi alguma coisa que me fez mal.
_Olhe, preparei aquele macarrão que sei que você adora.
_Não vou almoçar agora Lu, vou descansar um pouco.
_Tudo bem.

    Ela sobe para o quarto, toma um banho, se deita e fica pensando no que Priscila dissera, ela não tinha usado preservativo quando transou com ele e nem sequer exigiu, o sono a chamou e ela não pensou mais, dormiu.

Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário